Futuro e Tendências na Educação - Coronavírus e a educação em nosso formato: a mudança necessária - por Cleide Borda

Coronavírus e a educação em nosso formato: a mudança necessária


Desde que o Covid-19 (Coronavírus) entrou em cena, incertezas fizeram parte de vários cenários, como: economia, política, acordos, educação, e principalmente, saúde. Fomos conduzidos a uma ação de isolamento, para prevenção do contágio do vírus. O que irá acontecer nos próximos meses, se resume a especulações. De imediato, devemos saber que as medidas tomadas de ações governamentais são as mais coerentes perante o fato.

E como será com a educação? Cenário ao qual estamos inseridos e batalhando todos os dias? As atividades escolares foram suspensas sem uma data correta para retorno. 

E como fazer com o conteúdo desses alunos? Ao olhar um calendário escolar podemos perceber que o tempo entre as horas/aulas estipuladas e o tempo hábil que teremos agora, não será eficiente e nem suficiente para cumprimos as nossas atividades e conteúdo. 

Em nenhum momento falamos que a escola deve ofertar o ensino a distância e que esse é o caminho, estamos falando que este é o cenário ideal para o ensino híbrido.

Historicamente, países que apresentavam inverno rigoroso, localização inacessível ou ausência de profissionais, viram no ensino a distância uma possibilidade de ofertar educação a todos. O ensino híbrido veio para enriquecer essa prática. Disponibilizar uma porcentagem de assuntos de maneira on line e demais enviando, questões e praticando o conteúdo, não permitira uma defasagem maior na aprendizagem do aluno. Neste momento, família e escola deverá estar unida para o bem do aluno, pois iremos desenvolver a autonomia de cada um e comprometimento e responsabilidade para o aprender a aprender.

A proposta de ensino híbrido e gamificação permitirão aos professores ferramentas capazes de ensinar e conectar-se com a necessidade e realidade de cada aluno.

Os jogos pedagógicos oferecidos por plataformas de ensino ou sites educacionais tem sido a busca de muitas escolas e professores neste momento. Além de aplicar o conteúdo, os alunos poderão realizar atividades se divertindo. Muitas plataformas ofertam um relatório de acesso e desempenho de cada aluno nas atividades gamificadas propostas. É muito importante salientar que, nada substituirá a função primordial do professor: ensinar. Sermos obrigados a entrar em um universo de possibilidades restritas, talvez seja o momento de novas descobertas. Os alunos, os professores, as escolas não estão de férias. Estamos somente adaptando a essa situação sobre a saúde mundial.

Como educadora há 13 anos posso me posicionar que, usar tecnologias para educação básica não é a melhor saída, mas não será a pior das estratégias. Teremos sim, diversos fatores negativos após esse momento, como o aumento da desigualdade, educação com lacunas, aprendizado com defasagem, mas ficar parado também não dá. Se somos uma das referências aos nossos alunos, o momento é esse para mostrarmos que perante as adversidades, nós educadores, damos aulas de história, matemática, linguagem, empatia, respeito e solidariedade.

Este momento irá se extinguir assim como os que a história mundial já conheceu. O importante é mantermos o foco e empatia sobre todas as ações. Já dizia José Saramago, "O caos é uma ordem por decifrar."