Inclusão na Prática - Os rótulos dos alunos com deficiência - por Maibí Mascarenhas

Inclusão

20 Abril, 2019

O artigo de hoje é breve, mas trata de um assunto importante e recorrente. 

Já escutei de diversos colegas educadores, famílias de pessoas sem deficiência e outros, os seguintes comentários:

- Todo autista é irritado e bate.

- Todo Down é carinhoso. 

- Todo cego percebe os cheiros muito bem.

- Todo superdotado é muito agitado.

Correto? Incorreto.

Estes são apenas alguns dos rótulos dados a alunos com deficiência, transtornos e altas habilidades e, definitivamente, não definem os grupos indicados em seu todo. 

Primeiramente, cada pessoa é única e a deficiência é apenas parte dela. Personalidade, preferências, afinidades e outros aspectos podem não ter nenhuma relação com o assunto.

Em segundo lugar, há uma prática comum nas escolas, em que um professor que assumirá uma determinada sala pergunta sobre a turma ao seu docente anterior. Cuidado com a chuva de rótulos nesta conversa! Esteja você falando ou ouvindo, procure não formar um conceito simplesmente com base na interpretação alheia dos fatos ou gerar preocupações, expectativas e temores a quem escutar seu relatos. Contribua com informações, ouça atentamente, mas um ano letivo e um professor nunca são iguais ao outro. Portanto, os resultados também terão suas diferenças.

Ainda falando sobre o tema principal, já presenciei uma docente, sozinha em sua sala, sentada, apontando:

- Olha lá... Tem um autista perdido no corredor.

O autista tem nome e é aluno da escola toda. Qualquer adulto ali pode e deve colaborar. A deficiência, transtorno, característica ou o que for não definem uma criança ou um jovem. Palavra de educador tem poder, então, a sua forma de se dirigir a um aluno pode interferir na sua própria forma de reconhecimento e auto estima. Estimule, portanto, o melhor nele, com o que houver de melhor em você. Rótulos são para produtos. Para pessoas, o leque de desenvolvimento estará sempre aberto.