O sentido da Vida - Uma dor contemporânea - por Fausto Ferreira

O sentido da vida

10 Janeiro, 2019

UMA DOR CONTEMPORÂNEA


O Impacto da velocidade das inovações em todos os campos nos traz um mundo melhor, mas também está gerando marcas negativas na vida de muitas pessoas, mundo afora.

Posso afirmar que essas marcas negativas e as emoções delas advindas, que chamo de dor, já fazem parte da vida dessas pessoas e assim precisam ser consideradas. Como disse Susan David ( TED 2017 - O Don e o poder da coragem emocional ) - " ...Quando rejeitamos as emoções normais em favor da falsa positividade, deixamos de desenvolver competências para lidar com a mundo como ele é e não como gostaríamos que fosse..."

Dessa forma não dá para disfarçar, esconder e fazer de conta que o problema da referida dor não existe.

Como disse Lulu Santos - " Eu vejo a vida melhor no futuro... " Mas não posso deixar que isso possa ofuscar minha percepção do mundo hoje.

Hoje podemos constatar, que já há um grande número de pessoas, que não estão acompanhando essa evolução e estão ficando a reboque do desenvolvimento. Além disso temos um contingente de refugiados mundo afora, cuja situação de sobrevivência, está criando problemas para diversos países e não se vê solução. Essa situação está acontecendo, não por causa deles, mas pelos políticos e políticas dos países, que não os contempla como seres humanos iguais.

Juntando o grupo daqueles que já ficaram para traz, os que ficarão a reboque do desenvolvimento, com a maioria dos refugiados, já temos antecipadamente a meu ver, um grande problema social pela frente.

Alguns podem pensar que é assim mesmo e que isso faz parte desse processo de evolução.

Será?

Que emoção isso nos traz?

Pesar, impotência, frustração, preocupação, tristeza, medo, questionamento...

Que emoção isso traz para aquelas pessoas?

Dor, medo, insegurança, abandono, tristeza, ódio, tédio...

O que acontecerá com eles, não sabemos de fato, porque as grandes nações desenvolvidas e em desenvolvimento, ainda não sinalizaram nem com uma solução paliativa para esse grande problema.

Acredito no desenvolvimento, na inovação e na melhoria da vida em nosso planeta. Desejei sempre e fortemente, que todo esse desenvolvimento pudesse abranger a todos e não é o que está acontecendo ainda.

Não perco a esperança, mas também não acredito em milagres. O resultado virá da construção de políticas de grande impacto e abrangência mundial, para que essas pessoas consigam viver ou no mínimo sobreviver com dignidade.

Quando vemos divulgadas notícias sobre o aparecimento de vacinas para diversos males, curas para diversas doenças, diferentes formas de se produzir alimentos, sinto que também é possível se pensar estrategicamente, em uma ou várias soluções para esse crescente problema.

Vale a nossa reflexão porque já estamos sendo confrontados, direta ou indiretamente, com essa realidade.