Inclusão na Prática - Superdotados são alunos de inclusão? - por Maibí Mascarenhas

Inclusão

20 Setembro, 2017

Sim. E falaremos sobre como acolher este público na sala de aula.

A superdotação, em sua realidade, ainda é desconhecida de muitos educadores. Alunos que encontram-se no seleto grupo de superdotados, dentre outras características, possuem algumas alterações cerebrais que permitem a aprendizagem em uma velocidade maior, além de captarem mais informações, manterem um comprometimento acima da média com as tarefas, criatividade notável, interesse em novas informações e uma memória poderosa (evite brigar com um super dotado - vá por mim). Destes, apenas 3 a 5% são considerados gênios, mas suas características saltam facilmente aos olhos.

"Então, está ótimo!", pensam alguns educadores. Tudo o que se quer é um aluno naturalmente interessado, que aprenda fácil, de maneira independente e utilize largamente sua criatividade. Quando o assunto é a aquisição de informações técnicas, a tendência é de que o superdotado flua muito bem em sala de aula, porém, este não é o único foco diferenciado sobre este aluno e aí começa o desafio.

Se, por um lado, há uma série de predisposições positivas nos quadros de superdotação, existem aspectos que interferem no processo de aprendizagem, como a racionalidade extrema, a possibilidade de arrogância, possível desinteresse nos conteúdos escolares padronizados para a própria faixa etária - tidos como fáceis e já aprendidos antes da maioria - a desconexão com o que pareça não fazer sentido e a dificuldade em relacionar-se com colegas da mesma idade ou docentes que não procedam como modelo de autoridade. Todos estes fatores podem se tornar, muito rapidamente, mecanismos de afastamento do superdotado com relação à escola. Há o excesso de habilidades de um lado e fragilidades do outro, sendo esta, muitas vezes, confundidas com hiperatividade, enfrentamento ou déficit de atenção.

Caso você, docente, tenha um aluno deste na sua turma, seguem algumas dicas práticas:

1. Turbine o conteúdo e incentive o uso constante da criatividade. Este aluno tem direito legal ao currículo adaptado. Aumente as expectativas e valorize os resultados.

2. Mantenha o reforço positivo. A criação de vínculo para o superdotado é um excelente estímulo, visto que possui, comumente, dificuldades de relacionamento pela sua forte característica de racionalidade constante.

3. Peça sua ajuda. É um público que adora ajudar e estar ocupado o tempo inteiro (inteiro, mesmo).

4. Crie atividades divertidas em grupo, com mais exigências de interação e exposição do que construção de conhecimentos técnicos. Se a tendência do superdotado é fazer um trabalho em grupo sozinho e fazê-lo ficar muito melhor do que com a colaboração dos colegas, por outro lado, é necessário desenvolver o olhar deste aluno sobre o contexto dos que o cercam.

5. Seja o modelo. Seja coerente. Mostre que você se empenha para ensinar, respeita a sala de aula e reconhece a condição deste e de outros alunos. Como todo ser racional, ele reconhecerá em você uma pessoa de respeito e o processo educativo fluirá ainda melhor.


Siga as dicas, pesquise e se deleite no universo da superdotação. Valerá a pena e, tendo sucesso, você ganhará aliados (inteligentíssimos e criativos) para sempre.