Inclusão na prática - E quando a família não aceita? - por Maibí Mascarenhas

Inclusão

20 Maio, 2018

É comum nos depararmos, no âmbito escolar, com a seguinte situação: observamos algumas diferenças no desenvolvimento de um determinado aluno, chamamos a família para uma conversa e, quando a reunião acontece (nem sempre temos retorno), há a negação veemente de cada ocorrência apontada. Frases como: "Em casa, ele faz tudo" ou "A família do pai é toda assim" são frequentes, inclusive em casos de estudantes sem deficiência mas com outras questões a serem alinhadas.

O que podemos fazer, então, enquanto o diagnóstico não vem? Como o educador pode e deve proceder, caso os responsáveis não encaminhem a criança para uma avaliação médica e tome as providências necessárias para o seu acolhimento global?

Além de documentar-se sobre as tentativas de contato e esclarecimentos junto a família, é recomendável que o professor registre as principais informações e adequações pedagógicas no prontuário do aluno, através de relatórios, atividades e outros materiais. Além disso, nada impede que o docente realize adaptações metodológicas em exercícios, tarefas, recursos e práticas de ensino, para que a aprendizagem do aluno seja mais prazerosa e efetiva. Quanto a forma de ensinar e os recursos utilizados, o professor tem a liberdade - e a responsabilidade - de investigar as condições, habilidades e dificuldades de seu aluno, alinhando um planejamento diferenciado quando for necessário.

Por fim, recomenda-se que, periodicamente, a família seja informada sobre o andamento do estudante e, com todo o acolhimento, busque-se, mais uma vez, a tentativa de sensibilização para a procura por auxílio e avaliação feita por uma junta profissional específica.

A pedagogia transcende o diagnóstico, porém, quanto mais apoio especializado cercar o indivíduo, mais chances de progresso ele terá. Todos só terão a ganhar.